Prevenção de Quedas

Prevention of falls and trauma

 
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Uma queda ocorre quando uma pessoa cai inadvertidamente no pavimento ou para um nível mais baixo, com ou sem lesão.

As quedas têm sido descritas como um fenómeno multifatorial complexo, que justifica, em muitas situações, a intervenção de uma equipa interprofissional, designadamente médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos.

 

Alguns Factos sobre Quedas

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  • As quedas são a segunda principal causa de mortes acidentais ou não intencionais em todo o mundo.

  • A cada ano, estima-se que cerca de 646.000 indivíduos morrem devido a quedas em todo o mundo, das quais mais de 80% ocorrem em países de baixos ou médios rendimentos.

  • Os adultos com mais de 65 anos são os que sofrem o maior número de quedas fatais.

  • A nível mundial em pessoas com mais de 65 anos, a taxa “de queda” anual situa-se entre os 28 a 35%, elevando-se para 32 a 42% em pessoas com mais de 70 anos.

  • A cada ano, cerca de 37,3 milhões de quedas são graves o suficiente para requerer cuidados médicos.

  • As quedas são uma das principais causas de internamento hospitalar.

 

quais são os fatores de risco para quedas?

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  • Doenças relacionadas com a idade (Visão; Articulações; Ouvido)

  • Medicamentos e Álcool

  • Mobilidade reduzida

  • Dificuldades cognitivas e demência

  • Fatores Ambientais (Ambiente externo e Ambiente doméstico)

 

Que Precauções Básicas podemos tomar?

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Em relação aos espaços em casa:

  • Iluminação adequada, com luz de presença, se necessário;

  • Ver barreiras e obstáculos em excesso no percurso de marcha, mantendo objetos e móveis fora da área de circulação - especialmente nos corredores e escadas;

  • Reparar ou remover tudo o que pode levar a tropeçar (ex: carpetes, tapetes, piso irregular, fios elétricos soltos);

  • Instalar dispositivos de segurança acessíveis e em condições de utilização segura, por exemplo corrimãos nas escadas/corredores;

  • Manter objetos de utilização frequente em locais de fácil acesso (não muito baixos ou muito altos);

  • Manter o piso limpo e seco e intervir de imediato em caso de derramamento de líquido no pavimento;

E na casa de banho:

  • Tapetes antiderrapantes no chuveiro/banheira;

  • Instalar barras de apoio na banheira/sanita, de maneira acessível e em condições de utilização segura;

  • Disponibilização de equipamentos e/ou idas ao sanitário frequentes;

Em relação a equipamentos e dispositivos de uso pessoal:

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  • Sapatos e vestuário adequados à marcha (ex: usar sapatos fechados, evitar chinelos, evitar roupa demasiado larga e comprida);

  • Ajudas sensoriais acessíveis (ex: óculos, aparelhos auditivos);

  • Dispositivos de apoio à marcha (ex: canadianas, andarilhos, cadeiras de rodas, cadeiras sanitárias) disponíveis em condições de utilização segura e acessíveis;

  • Utilizar de almofadas de gel nas cadeiras para prevenir que a pessoa escorregue;

  • Sistema de chamada (ex: campainha/telefone) acessível;

  • Cadeiras e camas travados;

  • Altura da cama na posição mais baixa adequada para a pessoa;

  • Elevar das grades da cama sempre que a pessoa se encontra sem supervisão;

 

O que a pessoa dependente deve fazer?

  • Manter-se o mais ativa possível, realizando exercícios adaptados à sua condição física;

  • Realizar regularmente um exame de visão e audição;

  • Usar sapatos fechados, confortáveis, adaptados ao pé, com sola aderente de borracha;

  • Levantar-se e deslocar-se de uma posição para outra de forma calma e sem pressas, dando tempo para recuperar o equilíbrio;

  • Estar atento a possíveis movimentos inesperados, como por exemplo as crianças ou animais;

  • Evitar bebidas alcoólicas;

  • Manter uma lista atualizada de todos os medicamentos que toma para levar sempre que se desloca ao médico, para este verificar os efeitos secundários da medicação e possíveis interações.


Bibliografia:

DGS (2019). Prevenção e Intervenção na Queda do Adulto em Cuidados Hospitalares. Lisboa: DGS.

Miake-Lye IM, Hempel S, Ganz DA & Shekelle PG (2013). Inpatient fall prevention programs as a patient safety strategy: a systematic review. Ann Intern Med. 158(5), 390-96.

Oizumi A, Takahashi O, Deshpande GA, Takekata M & Fukui T (2012). The effectiveness of a multidisciplinary QI activity for accidental fall prevention: staff compliance is critical. BMC Health Services Research. 12,197.

Registered Nurses’ Association of Ontario (2017). Preventing Falls and Reducing Injury from Falls (4th ed.). Toronto: Registered Nurses’ Association of Ontario. https://rnao.ca/sites/rnao-ca/files/bpg/FALL_PREVENTION_WEB_1207-17.pdf

World Health Organization (2007). Who Global Report on Falls Prevention in Older Age. Geneva: WHO. (Recuperado de: https://www.who.int/publications-detail/who-global-report-on-falls-prevention-in-older-age?ua=1